28 outubro 2005

ciao a tutti

Pois bem, noticias do submundo.
Finalmente conheci o meu terreno de projecto, agora so falta descobrir o que é suposto fazer com tudo aquilo. Basicamente deram-me a planta de meia cidade de Prato (fica a 20min. de comboio de Firenze) mas nao me deram nenhuma pista acerca do que é suposto projectar...
No meio disto tudo, parece que pelos vistos nao tenho aulas nas proximas 2 semanas. Começo a achar que eles gostam mas é de tirar umas férias de vez em quando. Tipo... "Ah e tal, porque estou tao cansado, esta semana deixou-me de rastos. Acho que vou precisar de duas para recuperar". NON CAPITO!!!
Esta semana tem sido exaustiva, pelo menos de acordo com os padroes de vida italianos, tive realmente as aulas todas e ja tenho algum material para começar a trabalhar. Um mes e meio depois! Ja nao era sem tempo.
Entretanto e enquanto nao tenho aulas, bem... parece-me que vou ter que aproveitar para viajar mais um bocadinho. Eu vou-vos deixando ca umas fotos para ver se abro o apetite "a certas e determinadas pessoas" que disseram que me vinham visitar.
BACIO di Firenze

21 outubro 2005

arezzo



lucca



ciao



Ver o interior do Duomo (Catedral Sta. Marie del Fiore) à noite até dá arrepios, as cores parecem mais vibrantes, as pedras ganham vida, os pormenores tornam-se claros. Ás vezes só me apercebo que cá estou nestas alturas, quando fico de queixo caído. Belisquem-me!
Para além das minhas “arquitectices”, NEVER MIND, a semana passada foi excelente, graças à greve no ensino superior, tive imenso tempo livre para conhecer melhor a Toscana, sair à noite e fazer aquelas maluquices típicas dos “Erasmios” (como diz a Telma).
Só para terem uma ideia da estupidez latente que se implantou na residência de estudantes, um dia destes eram espanhóis, uma alemã, a Ulrika e uma romena juntamente com os tugas a jogar ao jogo das cadeiras com a música do Benny Hill… minha gente, foi o “fim do mundo em cuecas”…lol… Já não me ria assim tanto há séculos.
Depois disso tivemos o tradicional jantar de ERASMUS na 4ª feira, seguido de uma noite na disco em que só passavam música espanhola, era só de Shakira para cima. Enfim, pelo menos o pessoal era porreiro. No dia seguinte foi a festa de anos do Tozé aqui na residência. Dessa nem vale a pena tentar falar, até porque a maior parte dos que estavam lá não se devem lembrar de metade da noite... :>
Um dia destes meti-me no comboio e fui ver Lucca, aquela cidade é linda, tem espaços e edifícios fantásticos. E pelos vistos tem uns arredores ainda melhores, incluindo uma ponte romana, a “Ponte del Diavolo” onde todos os anos fazem uma festa de arromba de Halloween. Hum, é já dia 31 e eu ainda não tenho programa...
Depois disso tive uma surpresa fantástica, combinei ir com o Gianni comer sushi e apareceu-me o Elio, acabadinho de chegar de Milão. Rui, devo dizer que não lhe fizeste justiça nenhuma, ele é bem melhor do que tu dizias. Para além de me pagar o jantar ainda andou comigo toda a noite em Firenze e convidou-me a ir passar um fim-de-semana a casa dele no fim deste mês.
No dia seguinte e depois de apenas 4horas de sono levantei-me cedíssimo para ir a Peruggia ao festival de chocolate. Qual a minha surpresa quando chego à estação e me apercebo que só tinha comboio ao meio-dia. OK, mudança de planos e seguimos todos para Arezzo, antiga cidade romana de Arretium. Ah, outra nota de rodapé, pelos vistos uma parte d”A vida é bela” foi filmada na praça principal de lá. Foi um dia em cheio, as cidades da Toscana são uma perdição e os comboios ao fim de semana estão a metade do preço, a não perder.
Uma coisa à qual não me consigo habituar é isto de ainda não ter nada para fazer na faculdade. Mas, pelos vistos há quem esteja pior… Em psicologia só cá estão um semestre e ainda nem horário têm. Italianices! Entretanto vou aproveitando para conhecer a Toscana, há tanta coisa bonita para ver.
Sabiam que o único país que tem a palavra SAUDADE para além do nosso é a Rússia? Então parece-me que só mesmo vocês e eles poderão entender o que sinto. Faltam-me as pessoas e o mar de Portugal.

10 outubro 2005

Fare come i portughesi













As coisas que se descobrem…
Esta é uma expressão bastante utilizada pelos italianos quando entram num lugar e não querem pagar. No fundo "fare come i portughesi" é significado directo de "entrar à pala" seja onde for, o que nos dá uma fama fantástica como devem imaginar. Aproveitando a companhia do Fausto, uma autêntica enciclopédia ambulante - acreditem que este homem é pior que o José Hermano Saraiva - perguntei-lhe a origem da nossa má reputação.
Pelos vistos no séc.XV ou XVI um papa qualquer convidou o rei português para uma visita ao Vaticano e declarou que todos os portugueses que se apresentassem naquela noite para o jantar entrariam de graça. Os italianos ao saberem que havia uma forma de jantarem de borla aproveitaram logo a oportunidade fazendo-se passar por portugueses. "Como vês, não deveriam ser os portugueses a ter má fama, mas sim os italianos. Nós é que nos aproveitamos da situação." Diz-me o Fausto.
Fica registado. O problema é que para a grande parte da população italiana esta história passa-lhes completamente ao lado. Ou seja, o ditado mantém-se e a nossa má fama também, ou não fosse esta a terra dos mafiosos.

07 outubro 2005

domus




habemus domus

Leitores do ciberespaço. Parece que sempre é verdade o que dizem – "Quem espera sempre alcança". É verdade, tenho finalmente um lugar a que posso chamar de lar. Uma residência de estudantes acabadinha de estrear (a 3 de Outubro) que é do melhor que há. Bellissima! Estou num apartamento com mais 3 tugas. E, desta eu sei que vão ficar orgulhosos, antecipamo-nos ao resto do pessoal todo e pusemos uma bandeira da nossa "terra à beira mar plantada" na janela. Fomos os primeiros a personalizar o apartamento, os espanhóis estão sempre a brincar connosco a dizer que iniciamos uma guerra de patriotismos.
Fui a Fiesole no sábado passado, vi o anfiteatro, as termas romanas e umas quantas igrejinhas. Mas o melhor de tudo é mesmo a vista sobre Firenze, simplesmente brutal… E, aliado a isso a vantagem de quase não ter turistas.
No domingo fui ao aniversário da Sílvia, que está casada com um florentino, o Cosimo, também na periferia da cidade, em Castello, numa villa tipicamente toscana com uns jardins até perder de vista. Estavam lá mais portugueses que italianos. Senti-me mesmo em casa.
Para além disso, finalmente tenho o cartão de estudante e o da cantina. E para a semana parece que há greve, o que me vai permitir tirar uns dias para ir a Siena, Cinque Terre e outras tantas…
Ah, sendo estudante de arquitectura entro de graça nas igrejas e nos museus todos, o que significa que não tenho de esperar cinco horas na fila para ver o David, do Michelangelo ou para entrar nos Uffizzi… Finalmente boas notícias. De qualquer das formas, nas últimas semanas há sempre um dia à noite em que abrem uma igreja e põem guias à disposição. Já vi a de Sta.Croce, onde está o túmulo do Michelangelo, do Dante e do Machiavelli e ontem foi a vez de Sta. Maria Novella. Para a semana é o Duomo. J
Hoje vou ser a cozinheira de serviço em casa do Fausto, um amigo do Gianni, porque já estou farta que eles me chateiem a cabeça por causa do bacalhau. Sai um Bacalhau à Brás para a mesa do canto. Se ouvirem qualquer coisa nas notícias acerca de um incêndio em Firenze já sabem.
Para terminar só quero dizer que há sorrisos que me andam a fazer muita falta. Não preciso de mencionar nomes, vocês sabem que ocupam um cantinho especial no meu coração. Miss u all… vejam lá se fazem as malas e me vêm chatear.