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06 setembro 2008

Actualizações

Pôr em prática coisas que já venho a adiar há uma eternidade dá-me sempre uma sensação de dever cumprido. Como se fechasse um capítulo e pudesse iniciar um outro, escrever de raiz outra história.
Esta semana, no entanto, provou-me o contrário. Na segunda feira inscrevi-me e participei na primeira lição do curso de francês intermediário. Sim, tive três anos de francês no liceu, mas a verdade é que se não praticarmos a língua as coisas vão-se perdendo ou fragilizando, principalmente quando começamos a misturar várias línguas similares (italiano, espanhol, português), as expressões e os sotaques confundem-se. Afinal a nossa memória tem um número limitado de compartimentos e a tendência é ocupá-los com as coisas úteis do dia a dia. Portanto, e estando no local indicado para praticar, pareceu-me a decisão certa. Com o italiano funcionou. Além do mais, e se nos queremos integrar numa determinada sociedade, saber comunicar torna-se prioritário.
Kendo, foi o segundo projecto posto em prática. Confesso que já pensava em praticá-lo há muito tempo mas acabava sempre por adiar. Agora, e depois de descobrir que só tinha de atravessar a rua onde moro para chegar ao dojo, as desculpas acabaram-se. Na quarta-feira fui assistir ao treino e ontem tive a minha primeira aula. O kendo, para além de ser um desporto praticamente desconhecido é impossível de descrever na sua totalidade. O primeiro impacto foi de incredulidade perante a intensidade do som dentro do dojo. Para além do contacto entre as espadas de bambu (shinai), os kendocas ou kenshi são incentivados a soltar uma espécie de grito de guerra (kiai) mas a verdade é que, quando o pratico concentro-e apenas num único objectivo, executar o golpe de forma harmoniosa, os sons envolventes diluem-se e o kiai torna-se um prolongamento do golpe, faz naturalmente parte dele. No dojo os problemas são deixados à porta e, para quem tem uma profissão stressante como eu, sabe o quanto isso é importante.
Ás vezes, encerrar capítulos ajuda-nos a avançar, encontrar novos caminhos, novas pessoas, novos sonhos, novas formas de estar e sentir e é sempre bom ser surpreendido de vez em quando.